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  • Foto do escritorKaroline Rodrigues

Moscas: doenças e outros inconvenientes.

Atualizado: 22 de fev. de 2022

As moscas são, como já falamos no post anterior, um dos grandes problemas dos locais de concentração de animais no campo. Não só centros equestres (haras, cabanhas, centros de treinamento, recintos de exposição, ranchos) mas também outras espécies (bovinos, ovinos, suínos e aves) sofrem com o excesso de moscas.


Imagem retirada da internet.

Existem diversas espécies de moscas, cada uma com seus ciclos biológicos e formas de controle, mas as principais e mais comuns são a doméstica e a de estábulo.


A grande preocupação no caso dos equinos são as doenças que as moscas hematófagos (que sugam o sangue) podem transmitir, tais como a anemia infecciosa equina e a habronemose, que são as mais graves. Além disso, podem transmitir berne quando abrigam as larvas deste parasita.


A anemia infecciosa equina (AIE) é uma doença viral crônica, causada por um vírus da família Retroviridae, gênero Lentivirus, limitada a equinos, asininos e muares, caracterizada por episódios periódicos de febre, anemia hemolítica, icterícia, depressão, edema e perda de peso. (...) O agente é transmitido primariamente por picadas de tabanídeos (Tabanus sp.) e moscas do estábulo (Stomoxys calcitrans) sendo estes apenas vetores mecânicos. (1) Considerada letal, pode levar o animal à morte e tem alto potencial de contágio, levando a fechamento de propriedade e outros inconvenientes burocráticos impostos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.


A Habronemose é causada por um nematóide, o Habronema spp, por invasão errática em ferimentos exsudativos. No ciclo a mosca (Musca doméstica e dos estábulos Stomoxys calcitrans) pousa nas fezes do animal infectado e passa a ser um hospedeiro intermediário. Ao pousar em ferimentos, transmite a larva que se desenvolve passando a formar uma ferida bastante difícil de ser curada e tratada, podendo levar anos para sua cicatrização efetiva, já que ocorre uma proliferação muito intensa de um tecido granuloso que não cicatriza. Muito comuns no canto interno do olho, na linha média do abdômen e nos membros abaixo da canela, regiões onde os cavalos não conseguem espantar as moscas. (2)


A par das doenças, é fato que as moscas também causam um incômodo constante, irritação e estresse, provocando inclusive um maior gasto energético dos animais quando deveriam estar descansando ou se recuperando do trabalho ou do treino. Essa perda energética influencia na manutenção do peso do animal, e também no seu comportamento, que pode ser ou de maior irritabilidade ou até, em sentido oposto, de apatia extrema.


Por todas essas questões, o cuidado com as moscas deve ser uma prioridade sanitária dos responsáveis pelo manejo dos cavalos, a fim de se evitar problemas de ordem gravíssima para os animais, e também para todos os envolvidos na cadeia produtiva da indústria equestre.


*Este conteúdo foi produzido em parceria com Ecotrap®. Para saber mais sobre os produtos visite @ecotrapbrasil.


(1) Franco, Marília Masello Junqueira; Paes, Antonio Carlos. Anemia infecciosa equina. Veterinária e Zootecnia, v. 18, n. 2, p. 197-207, 2011. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/140881>.

(2) http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/AHtabGLGlVk 4aUb_2013-6-13-16-20-19.pdf

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